Acordámos para uma manhã de praia memorável. As praias de Porto Covo são acessíveis por degraus íngremes esculpidos na falésia abrupta que separa o mar da terra. São pequenas baías de areia, mas muitas, e cada uma única. Erosão da falésia faz com que cada um destes nichos tenha o seu ambiente próprio. Algumas estão ligadas por grutas escuras e húmidas, outras só se revelam durante algumas horas de maré favorável e não há saída senão por mar...
No topo das falésias, muitas vezes mais próximo do limite do que seria aconselhável, há pequenos bancos de pedra, virados para o mar. Porquê?
Num desses nichos semi-acessíveis, estendemos o nosso arsenal veraneante.
Quase ficávamos presos na armadilha da maré, e tivemos que inventar uma maneira de sair da praia, que envolveu atravessar canais esculpidos na rocha, água pela cintura e toalhas/máquinas fotográficas em mãos elevadas e semi-escalar até uma escada de madeira encostada à parede de pedra.
Almoço no jardim, depois de termos encontrado o amigo do Sr. Zé que trabalhava no talho! Ofereceu-nos a bela da chouriça... Um bacano. Tarde de preguiça e mais praia, praia, deitados na areia sem fazer nada. O jantar foi servido à beira de uma barraca na praia, enquanto o sol se punha e os últimos praiantes se iam embora.
Nessa noite deambulámos pela vila, entre a confusão das ruas principais e os barracos de ciganos acampados num parque de estacionamento a vender roupa. Na manhã seguinte íamos continuar a rumar a Sul.
Para quem não conhece o Folding@Home é um projecto não lucrativo que visa conhecer a forma como as proteínas que fazem parte do nosso organismo se enrolam, para levar a cabo as suas funções que são muitas e variadas. As proteínas desempenham um papel extraordinário no nosso organismo. Quando elas não se formam correctamente podem surgir doenças como a doença de Alzheimer, doença de Parkinson e a BSE mais conhecida por doença das vacas loucas, entre outras. O estudo e compreensão de como se formam e quais as anomalias que podem ocorrer na formação das proteínas é fundamental para compreender essas doenças e encontrar a cura para as mesmas. Os resultados do nosso contributo e de milhares de membros por todo o mundo são disponibilizados pelos responsáveis do projecto em revistas da especialidade.
É o projecto de computação distribuída com mais resultados publicados e com resultados muito promissores. O projecto é dirigido pelo Professor Vijay Pande da Universidade de Stanford nos Estados Unidos da América.
Basicamente a ideia é instalar o programa criado na Universidade de Stanford, através do qual o nosso computador está preparado para foldar e enviar os resultados para que a análise seja feita em Stanford, assim, milhares de pessoas podem ajudar sem esforço algum. Em função deste projecto já foram publicados 71 artigos (!) que se podem consultar aqui.
Portugal@Folding é o nome da maior equipa portuguesa a participar no projecto de computação distribuída Folding@Home e tem o número 35271 (este número deve ser posto na configuração do programa). Podem ver aqui as suas estatísticas e podem descarregar o programa na página oficial.
Portugal@Folding tem todas as informações necessárias para a instalação do programa.
"Don't ever leave it to the next guy to effect change. Do it yourself." - Jean Gump, uma professora de classe média que se tornou activista da paz em resposta aos silos de misseis que foram colocados à sua porta em 1986.
Um livro escrito por quem tem o know how para mudar o mundo, este contem ideias que podemos aplicar ao nosso dia-a-dia, sem grande alteração do mesmo e histórias fantásticas de pessoas que decidiram lutar por algo e fazer a diferença.
Não leva muito tempo para nos prendermos ao livro, logo no inicio é contada a história de Michael Norton e como este se tornou um activista. Algo que começou por convencer alguns amigos a dar aulas de inglês em casa de pessoas imigrantes vítimas da discriminação que se sentia em 1975 em Inglaterra, tornou-se um movimento de cerca de 200 pessoas a ensinar inglês uma vez por semana ... sem qualquer lucro ou custo associado.
Mais à frente deparamo-nos com a história de Ryan, um rapaz de 6 anos que soube da situação que se vivia em África e da sua falta de água potável, decidiu então ajudar os pais e os vizinhos nas tarefas domésticas para juntar dinheiro. Quando pensava ter o suficiente para ajudar levou $70 a uma empresa sem fins lucrativos do Canada, WaterCan, e disseram-lhe que eram precisos cerca de $2.000 para construir um poço, ele disse que não havia problema... 6 meses depois, e com muita ajuda de várias pessoas que ouviram a sua história, Ryan juntou o dinheiro e foi construída uma fonte de agua potável, Ryan's Well, a primeira de muitas. Em 2006, Ryan tinha 15 anos e a Ryan's Well Foundation (fundada em 2001) já tinha construído cerca de 266 projectos de água potável em 12 países diferentes.
Para quem não conhece o site EveryActivist tem várias conselhos do dia-a-dia e ideias muito interessantes que podem ser aplicadas em grande esforço.