Saímos da quinta do Sr. Zé pela manhã, e fizemo-nos à estrada, que mudou de uma paisagem de beira-mar para deserto alentejano à medida que nos afastávamos ligeiramente da costa, seguindo a única estrada para Sul. Tínhamos decidido parar em Vila Nova de Milfontes, mais uma vez, conforme as condições relativas à facilidade de montar acampamento permitissem. Parámos numa oficina de bicicletas à entrada da vila para reabastecer de câmaras de ar, e perguntámos ao chefe do sítio se conhecia algum canto onde pudéssemos passar a noite descansados. Tivemos sorte, indicou-nos o caminho até um terreno atrás de uma casa pequena, abandonada, perto da estrada de acesso a Vila Nova, revelou-se tão bom sítio que acabámos por ficar duas noites também!
Já na vila e de mapa na mão, descobrimos uma relíquia: balneários públicos junto à praia! Nessa noite jantámos mais limpos e com qualidade, porque depois de muita indecisão resolvemos gastar mais uns trocos e comer uma pizza em vez do tradicional repasto à luz do campingaz.
Na manhã seguinte explorámos a vila de lés a lés, almoçámos numa praça onde há um monumento à primeira travessia aérea entre Portugal e Macau, e fomos provar a areia, fomos presenteados com um vento que fazia lembrar a Figueira. São praias fora do comum, e há muito por onde escolher, entre a foz mais calminha, e as praias ocidentais expostas ao mar.
Nesta altura recebemos uma boa nova: os mesmos amigos que nos safaram a travessia de Lisboa, estavam nessa altura na Praia do Carvalhal, e nós íamos chegar lá no próximo dia e encontrarmo-nos com eles de novo!
O nosso amigo Aragog acompanhou-nos brevemente numa caixa de marmelada vazia, e soltámo-lo à saída da vila. Depois de uma tradicional sessão de "stretching" rumámos a Almograve, onde parámos para almoçar.
(o amigo que nos acompanhou ao almoço)
Próxima paragem: Zambujeira do Mar! Em pleno festival Sudoeste, apinhada de gente... mas desta vez não tínhamos pulseira no pulso :) Paragem obrigatória na Mabi para um gofre e gelados. A estrada para o Carvalhal é um misto de subidas íngremes (ao ponto de termos de subir ao lado da bicicleta) e caminhos de cabra esburacados. A última descida até à praia do Carvalhal propriamente dita é memorável pelo chiar dos travões e adrenalina ao máximo, dedos roxos de apertar os manípulos... Só para termos de voltar a subir de novo quando percebemos que a casa onde estavam hospedados a Rita e o Diogo era no cimo do caminho que tínhamos descido.
Até à próxima!
Saldo: 331km
Até à próxima!
Saldo: 331km