A partir de agora vou escrever o meu nome assim...

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Porto Covo


Acordámos para uma manhã de praia memorável. As praias de Porto Covo são acessíveis por degraus íngremes esculpidos na falésia abrupta que separa o mar da terra. São pequenas baías de areia, mas muitas, e cada uma única. Erosão da falésia faz com que cada um destes nichos tenha o seu ambiente próprio. Algumas estão ligadas por grutas escuras e húmidas, outras só se revelam durante algumas horas de maré favorável e não há saída senão por mar...

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No topo das falésias, muitas vezes mais próximo do limite do que seria aconselhável, há pequenos bancos de pedra, virados para o mar. Porquê?

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Num desses nichos semi-acessíveis, estendemos o nosso arsenal veraneante.

Quase ficávamos presos na armadilha da maré, e tivemos que inventar uma maneira de sair da praia, que envolveu atravessar canais esculpidos na rocha, água pela cintura e toalhas/máquinas fotográficas em mãos elevadas e semi-escalar até uma escada de madeira encostada à parede de pedra.
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Almoço no jardim, depois de termos encontrado o amigo do Sr. Zé que trabalhava no talho! Ofereceu-nos a bela da chouriça... Um bacano. Tarde de preguiça e mais praia, praia, deitados na areia sem fazer nada. O jantar foi servido à beira de uma barraca na praia, enquanto o sol se punha e os últimos praiantes se iam embora.

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Nessa noite deambulámos pela vila, entre a confusão das ruas principais e os barracos de ciganos acampados num parque de estacionamento a vender roupa. Na manhã seguinte íamos continuar a rumar a Sul.

Saldo: 279km
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:D


P8040117, originally uploaded by danielsnurf.

Depois de trepar uma escada de madeira colada a uma falésia, praia de Porto Covo. O Paraíba armou-se em esperto e foi por outro lado.

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Folding@Home

Para quem não conhece o Folding@Home é um projecto não lucrativo que visa conhecer a forma como as proteínas que fazem parte do nosso organismo se enrolam, para levar a cabo as suas funções que são muitas e variadas. As proteínas desempenham um papel extraordinário no nosso organismo. Quando elas não se formam correctamente podem surgir doenças como a doença de Alzheimer, doença de Parkinson e a BSE mais conhecida por doença das vacas loucas, entre outras. O estudo e compreensão de como se formam e quais as anomalias que podem ocorrer na formação das proteínas é fundamental para compreender essas doenças e encontrar a cura para as mesmas. Os resultados do nosso contributo e de milhares de membros por todo o mundo são disponibilizados pelos responsáveis do projecto em revistas da especialidade.


É o projecto de computação distribuída com mais resultados publicados e com resultados muito promissores. O projecto é dirigido pelo Professor Vijay Pande da Universidade de Stanford nos Estados Unidos da América.

Basicamente a ideia é instalar o programa criado na Universidade de Stanford, através do qual o nosso computador está preparado para foldar e enviar os resultados para que a análise seja feita em Stanford, assim, milhares de pessoas podem ajudar sem esforço algum. Em função deste projecto já foram publicados 71 artigos (!) que se podem consultar aqui.

Portugal@Folding é o nome da maior equipa portuguesa a participar no projecto de computação distribuída Folding@Home e tem o número 35271 (este número deve ser posto na configuração do programa). Podem ver aqui as suas estatísticas e podem descarregar o programa na página oficial.

Portugal@Folding tem todas as informações necessárias para a instalação do programa.



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"The Everyday Activist"



"Don't ever leave it to the next guy to effect change. Do it yourself." - Jean Gump, uma professora de classe média que se tornou activista da paz em resposta aos silos de misseis que foram colocados à sua porta em 1986.

Um livro escrito por quem tem o know how para mudar o mundo, este contem ideias que podemos aplicar ao nosso dia-a-dia, sem grande alteração do mesmo e histórias fantásticas de pessoas que decidiram lutar por algo e fazer a diferença.

Não leva muito tempo para nos prendermos ao livro, logo no inicio é contada a história de Michael Norton e como este se tornou um activista. Algo que começou por convencer alguns amigos a dar aulas de inglês em casa de pessoas imigrantes vítimas da discriminação que se sentia em 1975 em Inglaterra, tornou-se um movimento de cerca de 200 pessoas a ensinar inglês uma vez por semana ... sem qualquer lucro ou custo associado.

Mais à frente deparamo-nos com a história de Ryan, um rapaz de 6 anos que soube da situação que se vivia em África e da sua falta de água potável, decidiu então ajudar os pais e os vizinhos nas tarefas domésticas para juntar dinheiro. Quando pensava ter o suficiente para ajudar levou $70 a uma empresa sem fins lucrativos do Canada, WaterCan, e disseram-lhe que eram precisos cerca de $2.000 para construir um poço, ele disse que não havia problema... 6 meses depois, e com muita ajuda de várias pessoas que ouviram a sua história, Ryan juntou o dinheiro e foi construída uma fonte de agua potável, Ryan's Well, a primeira de muitas. Em 2006, Ryan tinha 15 anos e a Ryan's Well Foundation (fundada em 2001) já tinha construído cerca de 266 projectos de água potável em 12 países diferentes.

Para quem não conhece o site EveryActivist tem várias conselhos do dia-a-dia e ideias muito interessantes que podem ser aplicadas em grande esforço.
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Primeiros frutos do Postcrossing

Hej!
From Gertrud, sent November the 27th, Finland.


From Karolina, Poland, sent November the 30th, a multi-picture from the city of Sandomierz.

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À beira-estrada

Apresento-vos.... O Autobar.


Capturada por mim, na estrada para Melides.
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Santo André - Quinta do Sr. Zé (Porto Covo)

Da última vez deixei-vos em Melides, à volta de uma fogueira. O Tiago continou a preocupar-nos, uma gripe podia vir a ser um grande inimigo. Imaginava na minha cabeça o que tínhamos de fazer caso piorasse ou simplesmente não melhorasse nos próximos dias: levá-lo ao hospital mais próximo, ou comboio, recambiá-lo para casa, desistir da viagem, continuarmos só a três quartos, enfim, não estava fácil. Saímos de Melides e dirigimo-nos a Santo André, onde chegámos quando o sol começava a ser insuportável. Descansámos e comemos à beira de um Intermarché (que assegurou um fornecimento contínuo de gomas e afins) e perspectivámos o resto da tarde.

Custou um bocado acertarmos com a estrada a caminho de Sines, mas depois foi "sempre a direito" até cortarmos para a costa, rumo a Porto Covo. Estávamos a entrar na Costa Vicentina! Do nosso lado direito desenrolava-se o mar, e do outro lado da estrada estreita o típico deserto alentejano, pontuado por algumas casas quando passávamos por uma vila.

A norte conseguíamos ver o porto de Sines e a sul a costa toda, até à Ilha do Pessegueiro (na foto!)
Estávamos com intenções de parar em Porto Covo, então fizemos uma volta de reconhecimento pela vila e arredores em busca de um sítio para acampar... mas sem sucesso. Quando já estávamos na estrada que partia da vila, o André manda o bitaite "porque é que não pedimos para ficar numa destas quintas?" Paramos. Pensamos. Bolas, porque não. No máximo mandam-nos dar uma volta, ou soltam os cães :P Enveredámos por um caminho que se assemelhava a uma entrada... e damos com um senhor a descarregar uma carrinha. Dirijo-me a ele enquanto os meus companheiros se acobardam à vista de um cão solto (mariquinhas!) e digo-lhe, do melhor jeito que o meu cabelo empastado, barba suja e olhar ligeiramente tresloucado permitiam: "Boa tarde! Olhe, nós (aponta para os maricas) estamos a viajar de bicicleta pelo Alentejo, viemos desde a Figueira da Foz (ah conhece, ah que bom) e estávamos à procura de um sítio para passar a noite. Será que não tem um cantinho para nós? Somos gente sossegada e saímos pela manhã!"

Ora, todo um olhar desconfiado que o sujeito emitia levou-me a preparar para um redondo não, quando ele diz, antes sequer de me cumprimentar... "escolham um sítio... não fazem lixo?" Desmancho-me no meu melhor sorriso e apresso-me a assegurar que não deixamos nenhum lixo para trás. Uns dedos de conversa mais tarde, a dirigirmo-nos para trás do fardo de palha onde íamos montar a tenda e já tinha o Sr. Zé a dizer-me que, por ele, "ficavam um mês que não incomodam!" Foi uma boa surpresa e um óptimo acabar de dia.

Deitámo-nos ao trabalho de montar as tendas, preparar o jantar... e depois fomos (tirando o Tiago, a ressacar da gripe na tenda) dar uma volta à vila de Porto Covo, que nos ia reservar mais umas surpresas.

Abraço, até à próxima

Saldo: 279km
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PLP - Em busca de lixeiras figueirenses

Sábado de manhã, partimos numa pequena excursão à serra, no âmbito do Projecto Limpar Portugal. O objectivo era procurar lixeiras ao longo de alguns caminhos. Percorremos parte das estradas do lado sudoeste (a zona menos problemática da serra), e concluímos que, em grande parte, se encontra num muito bom estado de conservação.

Encontrámos, no entanto, alguns sítios assinaláveis como lixeiras. Maioritariamente restos de entulho - produto das obras realizadas perto - ou madeiras velhas. De realçar um veículo tipo tractor abandonado e um frigorífico submerso em caruma.

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(Podem ver o resto das fotos no flickr)

Seguindo o protocolo do PLP, registámos o local e especificações úteis como o tamanho da lixeira, tipo de lixo, equipamento necessário para limpar, número mínimo de voluntários, entre outros.
Esta informação vai ser guardada de momento, até à reunião do grupo figueirense, onde se vão tomar decisões quanto ao que tem que ser feito até ao dia L.

Próxima excursão com data a definir!
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E se...

...UM DIA, todo o lixo que polui as florestas por Portugal fora, desde clareiras cheias de frigoríficos velhos, rodas de camiões desfeitas, bidões de metal cheios de entulho das últimas obras que se fizeram ali perto, até parques de merendas onde têm que comer rodeados pelos detritos humanos que dez anos de picnics foram deixando acumular em redor das árvores...


DESAPARECESSE COMO POR MILAGRE?


Não era bom?

Era sim, dizem vocês. Mas todos sabemos que não há milagres.

Então e se… NÓS fizéssemos desaparecer esse lixo, NUM DIA? Não era igualmente bom? Até melhor?

Eu acho que sim. Alguns de vocês podem achar que sim. Outros podem dizer que é impossível.

E se eu vos dissesse que… já foi feito?



A 5 de Março de 2008, no culminar de um esforço voluntário de mais de 50 mil pessoas, as florestas da Estónia foram limpas num golpe limpo e perfeito.


O movimento irmão lusitano – Limpar Portugal – já tem uns milhares de aderentes, um site oficial de apresentação do projecto, e um de cariz mais prático: uma rede social para promover o contacto entre membros e facilitar a logística de todo o movimento. Já tem até, um dia marcado – o dia L – para a limpeza das florestas portuguesas.


Como funciona?


Existe uma hierarquia: no topo temos a Coordenação Nacional, formada pelos 3 membros fundadores, os Coordenadores Distritais e Técnicos. Têm a função de dinamizar o movimento a nível nacional: contactar com os meios de informação, convocar reuniões nacionais e criar protocolos com as empresas e instituições que aderem ao projecto.


O segundo nível é ocupado pelos Coordenadores Distritais que têm ao seu dispor os recursos do distrito que coordenam, têm que realizar as mesmas tarefas a um nível regional. Além disso, têm tarefas mais específicas como lidar com as autoridades regionais, e controlar a comunicação e interacção dos vários grupos de membros dentro do seu distrito.


Estes grupos são liderados por Coordenadores de Concelho ou Local, e têm um papel verdadeiramente crucial no dia L: coordenar os grupos para lixeiras específicas, definir rotas de transporte de lixo e locais de armazenamento, para além das mesmas responsabilidades acima referidas, a nível local.


Para funcionar, é necessário atingir uma massa crítica. Temos de tornar o movimento tão visível quanto possível aos olhos de todos, usando televisão, rádio, VIP's, etc. Como estes meios se encontram um bocado foram do meu alcance, proponho-vos: dêem uso às redes sociais. Messenger, Myspace, Hi5, Facebook, Twitter? Falem sobre o assunto, ponham um link algures e já ajuda :)


O que fazer para se juntar ao movimento?


Primeiro, informem-se.

O site oficial tem uma secção de Documentação, onde podem consultar a política do movimento sobre diversos assuntos como classificação de lixo, como reportar uma lixeira, que materiais são precisos para lidar com o lixo, etc.

O último documento a ser adicionionado foi o Manual de Actuação no dia L.


De seguida vão ao site da rede social e registem-se, e juntem-se ao grupo que geograficamente estiver mais perto. Cada grupo tem o seu fórum onde agendam reuniões, discutem sobre o que tem que ser feito, etc. Participem activamente.



Abraço!

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Obrigado Rita e Diogo!

Olá ;)
Sem mais demoras, algumas fotos do dia em que ficámos alojados em casa do primo da Rita em Lisboa, onde fomos excessivamente bem recebidos e por demais apaparicados, ainda por cima com o aspecto insalubre que tínhamos na altura...

Estas foram tiradas pouco antes de sairmos para jantar fora, apanhámos o metro até ao Colombo, onde tivémos a nossa dose de boa comida (Chimarrão e All-In-The-Box foram os grandes vencedores) e claro, um sundae. Fomos engolidos pelo ambiente cosmopolita, cheio de cores, pessoas e movimentos, tivemos como que um "respirar de sociedade" durante essas horas. Soube bem, especialmente bem, porque sabíamos que no dia seguinte estávamos afastados da selva, e de volta à estrada.

Na manhã seguinte, enquanto arrumávamos os pertences e preparávamo-nos para pedalar por Lisboa. Tinham passado seis dias desde que saímos da Figueira, e não é demais voltar a dizer que este descanso, no que era supostamente território hostil para viajantes como nós, era mais do que necessário. Voltámos a sentir-nos revigorados e prontos para a próxima etapa, e o aproximar de um objectivo cobiçado: explorar a costa alentejana.

Despedimo-nos com promessas de "até à próxima".
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Só porque sim.

" Eu sou o viajante do deserto que, no regresso, diz: viajei apenas para procurar as minhas próprias pegadas. Sim, eu sou aquele que viaja apenas para se cobrir de saudades. Eis o deserto, e nele me sonho; eis o oásis, e nele não sei viver. "


Mia Couto, "Venenos de Deus, Remédios do Diabo"





Este post serve para dizer que estamos vivos, e que um dia o Daniel continua com o relato da viagem :)

Abraço*
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Whooooooosh



Oh to ride the wind, to tread the air above the din
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Torres Vedras - Lisboa - Melides

Manhã do quinto dia de viagem, o Tiago recebe notícias fantásticas: tínhamos casa para pernoitar em Lisboa! Cortesia do primo de uma amiga... Como tínhamos que chegar lá essa noite, pusémo-nos a arrumar tudo enquanto congeminávamos um plano. Decidimos riscar da viagem as praias desde Santa Cruz até Lisboa (riscar, como quem adia) e rumar até Torres Vedras, apanhar o comboio para Lisboa. Atravessar Lisboa sempre foi um ponto delicado que ainda não tínhamos prestado a devida atenção, até aí estivemos sempre a adiar qualquer decisão sobre o assunto... felizmente aquela mensagem caída do céu poupou-nos o trabalho de pensar nisso :)

Lá seguimos para Torres Vedras, onde tivemos umas horas para passear até chegar o próximo comboio para Sul. Aproveitámos para tratar dos alforges do Paraíba num sapateiro, já mostravam sinais de desgaste preocupantes. As ruas da cidade estavam cheias de bancas com toldos, parece que tínhamos apanhado uma feira de rua enorme, que se espalhava pelas várias ruas do centro de Torres Vedras. Infelizmente, estavam todas desertas :)


Tivémos um encontro de terceiro grau com um revisor vindo da terra de onde vêm os revisores idiotas, que nos custou um comboio na próxima estação onde tínhamos de mudar (sim, já não me lembro qual é :)
Chegámos a Sete-Rios e fomos recebidos pela Rita e pelo Diogo, amigos do Tiago.

Um bom banho quente, um passeio e jantar no Colombo, uma bela sessão de chillout na sala com uns amendoins :P
Foi um recarregar de baterias tanto para nós como para os nossos telemóveis. Um grande obrigado aos dois, e ao primo da Rita. *tips hat*

Acordámos cedo na manhã seguinte, despedimo-nos (até à próxima) dos nossos anfitriões e partimos pelo meio de Lisboa: Marquês de Pombal - de bicicleta pelo meio da selva - Terreiro do Paço. Daí apanhámos um ferry para a margem Sul, atravessámos de comboio até Setúbal para apanhar de novo um ferry para Tróia.Fizémos o almoço em Tróia, debaixo de um banco, à beira da ciclovia que percorre a península de uma ponta até à outra. À saída passámos por um grupo de pedaleiros armados de alforges também. Meti conversa... era tudo malta mais velha; disseram que iam até Melides naquele dia, tinham partido de Lisboa de manhã também e queriam chegar a Lagos. Pelo caminho iam parando em pousadas e parques de campismo quando não houvesse alternativa. Parece que o cicloturismo não é assim tão incomum :)
Despedimo-nos e fomos ao nosso ritmo.


Passámos pela Comporta para abstecer de mantimentos - uma terra um pouco estranha, parece que o propósito da vila é mesmo esse, abastecer os turistas que vão às praias da zona - e continuámos, decididos a chegar a Melides também.

Pelo caminho, uma casa cheia de pombos, uma sessão de puro diggin' à beira estrada, um autocarro-bar.

Chegámos a Melides a meio da tarde, fomos de bicicleta até à praia, e acampámos atrás de um parque de roulotes. Esta foi a noite da fogueira! Para aquecer e afastar os mosquitos :)
Soube bem, menos ao Tiago... que apanhou um resfriado e acordou na manhã seguinte com uma gripe!

Abraço, até à próxima.



Saldo: 241km
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Foto quase desastrosa

Esta é uma foto com história. Não é, no entanto, a foto da primeira vez que assámos umas chouriças... A primeira vez que fizemos isso, para um jantar reforçado, curiosamente não foi capturada por nenhuma máquina, ou se calhar esses registos ainda não me chegaram às mãos. Fica aqui a história.

Tínhamos decidido dar uso aos chouriços que o Paraíba trazia de casa, já lhe andavam a pesar nos alforges. O Tiago por acaso tinha trazido álcool no estojo de primeiros socorros e não nos faltava nada... a não ser talvez um pára-vento. Olhando para trás, para essa noite, fico com a impressão que o senso comum e toda a nossa genialidade habitual (modéstia à parte) nos tinha abandonado por completo. Começámos por achar que, como o álcool não arde assim tão bem, ainda por cima com este vento todo, porque não abrigar o prato raso cheio de álcool dentro do avançado da tenda de nylon (altamente inflamável) e assim assegurar que fica uma refeição bem feita?
Sim, sim, vamos experimentar.

Olhando outra vez para trás, para essa noite, acho também que tivemos muita sorte :) Não só descobrimos que o álcool afinal arde sem problema nenhum, como também ficámos a saber que, se em excesso, produz umas labaredas de altura considerável. Labaredas que dançam formidavelmente, especialmente se alimentadas por um pouco de vento... uma imagem poderosa e linda de se ver, fora do avançado da tenda de nylon. (já disse que é altamente inflamável?)

Fica a dica!
Abraço
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S.Martinho do Porto - Praia da Areia Branca - Santa Rita


Partimos de manhã, por uma grande ciclovia (iria até à Nazaré!). S. Pedro de Moel e outras tantas praias ficaram para trás. Almoçámos num parque de merendas à beira-estrada, onde tivemos que resistir à tentação de "provar" os vários artigos que outras pessoas deixaram em cima das mesas, quem sabe para ir dar um mergulho ou só espreitar a praia... Foi aqui que primeiro travámos conhecimento com um holandês que fazia, de bicicleta, Holanda - Marrocos. Tinha saído há 1 dia da Figueira! (feito o mesmo que nós só num dia) e agora estava com dúvidas sobre onde ficava a Nazaré. Mais tarde, nesse mesmo dia, o Tiago e o Manel voltariam a encontrá-lo e trocar umas palavras enquanto pedalavam.

Pequeno acidente com uma dose generosa de sorte.


Fizemos uma paragem na Nazaré, fomos ao Sítio, comi uns cajus enquanto a senhora que mos tinha vendido dizia entusiasmaticamente "Ali, ali vê-se a marca da pata do cavalo! A marca do milagre..." Do promontório milagroso avistava-se a costa até muito longe, e vimos a estrada desenhada que ainda tínhamos que percorrer até S.Martinho, que adivinhámos ser uma das falhas entre falésias que se viam mais para Sul...

Seguimos até lá, e chegámos ainda a tempo de um mergulho nas águas da baía.
S. Martinho é uma baía semi-circular perfeitinha, a ligação ao mar apenas uma fenda entre falésias. Demorámos algum tempo a encontrar poiso onde ficar, e enquanto procurávamos meio desamparados, surgiu um velhote no meio da rua. Um boa-tarde e uma pergunta honesta valeram-nos um conselho: entre as dunas altas na ponta da baía, encostados à praia, montámos o nosso acampamento.

Nessa noite, depois de jantar, fomos até à vila dar uma volta de reconhecimento. Tem uma marginal invejável! No outro extremo da baía, há um túnel que atravessa a rocha de um lado ao outro, até ao mar.
Não há melhor forma para acordar do que dar uns passos e mergulhar no mar, foi o que fizemos antes dos preparativos para ir embora. A noite revelou que os caracóis característicos destas dunas se tinham infiltrado profundamente em tudo o que era nosso pertence, desde tendas a sapatilhas. Movem-se com tal extraordinária rapidez (para um caracol) que lhes valeu a alcunha de Killercóis. Bastava meio minuto parado para ter um a meio da perna. Acho que trouxemos uns connosco até à Figueira...

A próxima jornada levou-nos mais para o interior, tínhamos que contornar a lagoa de Óbidos, passando pelas Caldas da Rainha, e depois virar de novo para a costa na direcção de Peniche. Foi uma etapa mais difícil pelos altos e baixos... mas conseguimos estar em Óbidos para almoçar e descansar (e beber a ginginha!) durante o pico do calor, só por isso valeu a pena. De tarde, mais subidas até perto de Peniche, depois virando para Sul veio o que, provavelmente, foi a descida mais comprida da viagem, quase até à Praia da Areia Branca! Foi aí que parámos para a terceira noite, num canavial perto de umas dunas.

Nesta altura já se começa a notar um certo à vontade com a rotina de procurar um cantinho, montar tudo, jantar, e às vezes dar uma volta na povoação. Neste caso estávamos meio afastados, e os dois furos (um meu e outro do André!) atrasaram-nos um bocado, pelo que acabámos por ficar pelo acampamento.

Na manhã seguinte acordamos não para um mergulho, mas para um banho nos balneários da praia! Podem ver pelo entusiasmo ligado a uma coisa tão banal como um banho que para nós era qualquer coisa de extraordinário. :P Almoçámos num snack-bar a olhar para a praia, e partimos só à tarde.

Passámos pela Lourinhã e fomos até à Praia de Santa Rita. Íamos deixando o mundo dos vivos numa descida de inclinação abismal, feita com os travões a falhar, ladeada por casas altas de um lado e outro e com curvas de ângulo duvidoso numa terra esquecida no meio de uns montes. Só para voltar a subir tudo de novo, e depois descer outra vez até à praia, apanhar a ciclovia e andar até ao pinhal mais próximo. De caminho passamos pelo recinto do festival Ocean Spirit, onde descobrimos que essa noite íamos dormir ao som de Buraka Som Sistema. Cumpriu-se, porque acampámos perto, numa cubata que foi indiscutivelmente um dos melhores (e mais assustadores) sítios onde estivémos. Um espaço de pinheiros baixos e dobrados, com caruma abundante de tal forma que o sol quase não passava. No entanto, o chão estava limpo e a área dividida em vários "quartos", com direito a corda para pendurar a roupa e tudo. O lugar tinha todo o ar de ter sido fruto de muito trabalho de um grupo de pessoas durante algum tempo, e tinha marcas recentes de visitantes... Ora vejam:




Sustos à parte, foi um óptimo sítio para ficar. Na manhã seguinte acordámos com uma notícia que nos pôs em polvorosa. Pela primeira vez tínhamos um prazo, uma hora e sítio para estar no fim da próxima jornada... descubram onde, no próximo episódio :P







(quarto onde dormimos)



Bilhete que deixámos aos donos da cubata (letra do Tiago!)


















Saldo: 191km
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Reportagem SIC sobre couchsurfing







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Partida!

Céu nublado, 10 da matina, ponto de encontro: supermercado. Ainda não sabíamos que os supermercados que iríamos encontrar pela frente iam tomar dimensões de oásis no meio do deserto, pequenos templos onde abastecíamos de comida, água, e passávamos as horas perdidas à volta do almoço, panelas com restos ainda em cima do fogão, cartas no meio dos quatro e uma embalagem de gomas vazia atirada num canto. Uma imagem que se tornou parte da rotina quase diária. Fui mal dormido, na noite anterior tinha andado até às tantas às voltas com os alforges, a tentar prender tudo de forma a que não caísse passados dez metros da minha garagem. Aguentou até ao Pingo Doce onde nos reunimos, para uma foto tirada pela mãe do Manel (um obrigado!) e de onde partimos.

Esta primeira etapa teve um sabor familiar. Parte da estrada até já tínhamos percorrido juntos em cima das mesmas bicicletas quando quase chegámos à praia do Osso da Baleia. Desta vez sem um Tiago mas com carga para compensar, objectivo Pedrogão. Ainda antes da hora de almoço e do primeiro checkpoint em Monte Redondo, oiço um "fssssst" rápido e suspeito e sinto a bicicleta a dançar debaixo de mim. Primeiro furo da viagem, nem 40km feitos!
Confesso que foi desmoralizante, é como levar um chapo na cara que tira o alento todo. Felizmente consegui que o Tiago se apercebesse e juntos, reparámos o furo com sucesso (causado por um arame manhoso) e pusémo-nos a andar, sabendo que os outros dois levavam pelo menos meia hora de avanço sobre nós.

Apanhámo-los já à espera em Monte Redondo.
Almoço semi-volante no cruzamento para o Pedrogão entre piadas sobre quantos furos a este ritmo, um caminhante a almoçar uma sandocha perto de nós, ruído do rádio dele misturado com os carros a passar.

Já no Pedrogão

Seguimos até à Praia da Vieira, onde pernoitámos num pinhal depois de explorar a vila.

Saldo: 65 km
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De volta

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Daniel "o Escapista" Pereira

Jovem dos seus 1,80m, ex-estudante de Física (1ºano) no Porto, neste momento em licença sabática a preparar-se para enfrentar o curso de Engª Biomédica na cidade de Coimbra.

Sonha com estradas escondidas e terras distantes.


O geek do grupo.
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André "o Paraíba" Basílio

Sujeito de sangue brasileiro, ex-estudante de Engª Física (1ºano) em Coimbra, correntemente a tirar um curso de ano zero que o vai preparar para Engª Mecânica na cidade de Leiria.

Dono do "Enes", citroën Ax vermelho-gasto que ainda nos vai levar por caminhos desconhecidos.


O tranquilo do grupo.
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Manuel "o Manel" Guerra


Indíviduo dos seus 70 quilos, ex-estudante de Engª Eletrónica e Telecomunicações em Aveiro (sim, conhecia o outro macaco, mas desde há muito já) correntemente a tirar uma "folga" enquanto se prepara para uma vida nova na cidade de Coimbra, sob o curso de Economia.

Música é a cena dele. Também gosta de rastejar nas ondas.


O inovador do grupo.
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Tiago "o Beto" Mendes



Moço (também) bodyboarder dos seus 20 anos, empenhado em Engª Electrónica e Telecomunicações na cidade de Aveiro (2º ano).

Aventureiro por excelência.

O escuteiro do grupo.
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Está quase...

É já na próxima segunda-feira dia 27 de Julho que partimos na viagem-aventura que nos vai levar da Figueira da Foz até à costa alentejana (...e mais além!) via praias montes e ribeiros. Quatro marmanjos, quatro bicicletas e muita bagagem, mas ainda mais vontade de ir e partir e conhecer novas terras gente diferente outra malha, ter mais uma oportunidade para pensar outside the box.

Os preparativos estão no final (Só falta remendar o pneu furado da bicla. Ah, e o Tiago comprar uns alforges :) e o plano está delineado (Vamos para baixo = Sul).

O blog vai ficar inactivo até voltarmos, altura em que retoma a actividade normal com as rúbricas do costume e, claro, o relato da aventura!

Passo a apresentar...
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Passear a bicicleta

Na última sexta, face às condições atmosféricas adversas à prática de ficar estendido ao sol feito lagarto, pegámos nas nossas amigas e pusémo-nos a pedalar.
Destino: Praia deserta a norte de Quiaios.

Subindo a Serra da Boa Viagem por um carreiro, suposto "caminho mais fácil para chegar lá acima" (Tiago), talvez seja verdade, não fosse estar entupido de pedras que fazem as articulações ranger quando passamos por cima delas. Já lá em cima decidimos descer por outro carreiro que nos leva a um ponto muito interessante da serra: Cascatas da Boa Viagem! Neste local há também uma
geocache. É um sítio de incrível beleza natural, apesar de seca no Verão, o que nos permitiu descer pelo leito do ribeiro com as bicicletas às costas (/flex) e depois continuar o nosso caminho até Quiaios.

Este é o aspecto da cascata durante o Inverno. Não há reportagem fotográfica da descida que fizemos porque... não levei máquina fotográfica. Mas quem foi sabe :P

Em Quiaios apanhamos uma estrada pouco visitada e muito esburacada que nos leva para norte, ao longo do mar de pinheiros que é a Mata de Quiaios. Acabámos por ir longe de mais e decidimos voltar para trás, cortando depois à direita numa estrada florestal/cortafogo que nos levaria à praia... depois do que pareceram horas a andar sobre areia com a bicicleta ao lado (trilho amarelo depois da Base Verde).



Chegados à praia, mergulho, descanso, bolachas da Lígia (salvaram-nos a vida) e apreciar o momento! Olhando para baixo ao longo da costa, só muito ao longe se conseguiam avistar pontinhos que, possivelmente, fossem pessoas, de resto, era nossa :) Até tivemos direito a um tronco encalhado para encostar as meninas. Para voltar a Quiaios seguimos pela praia até encontrar uma passadeira que atravessasse as dunas. Até chegarmos a uma tivemos um encontro com o Obikwelu francês, a correr na direcção oposta:

Manel: *aponta ao longo da costa* Figueira da Foz?
Obikwelu: Oui.

Cansados, cheios de areia e fartos de andar com as bicicletas, fizemos o caminho de regresso à Figueira via estrada do Enforca Cães.

Bacanos, um verdadeiro prazer pedalar ao vosso lado.
*tips hat*
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